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ISBN: 978-65-87289-23-6
SE13. As/Às margens do Ipiranga: o bicentenário brasileiro, a construção de Nação e as existências contra-hegemônicas

Coordenação: Beatriz Martins Moura (UnB), Gilson J. Rodrigues Junior (IFRN)

Sessão 1 - Olhares e representações: Quais corpos?
Participante(s): Anderson Pereira (Museu Nacional/UFRJ), Dandara Rudsan (UERJ), Maíra Samara de Lima Freire (UFRB)
Debatedor(a): Carla Ramos Munzanzu (UFOPA)

Sessão 2 - Existências e Narrativas em disputa: Qual nação?
Participante(s): 
Alain Kaly (Ufrrj), Cacique Luiz Catu (Potiguara Catu/APOIME), Makota Kidoiale (Manzo)
Debatedor(a): Ana Cláudia Rodrigues Kalenga (UFPE)

Sessão 3 - As/Às margens da Independência: Para nós, o que fica?
Participante(s): 
Gana Ndiaye (Boston University), Lidiane Kariú (UFG), Messias Moreira Basques Junior (ALARI Harvard University), Raquel Raquel Sousa Chaves Tupinambá (UnB), Tatiane Pereira Muniz (IFBA/UCL)
Debatedor(a): Edilma do Nascimento Souza (UNIVASF)

Resumo: 
A independência do Brasil, que, ao menos oficialmente, marca o fim de uma relação colonial com Portugal e a configuração de um Estado independente, tem como mito de origem o momento no qual D. Pedro I teria gritado às margens do rio Ipiranga: “Independência ou morte”. Longe de ter sido acatada sem tensionamentos, o marco da independência, ao contrário, fez efervescer movimentos de resistência contra a continuidade das explorações por parte das elites, agora nacionais. Movimentos como a Cabanagem na Amazônia, nos dão boas pistas para entender que esses processos imprimem marcas importantes. É retomando a imagem do “grito do Ipiranga” enquanto metáfora, que desejamos focar não no rio, em si, mas justamente em suas margens, considerando que é delas que nós e nossos olhares para esses eventos advém. Assim, falar sobre o bicentenário da independência, traz o imperativo de se questionar os alicerces sobre os quais se fundam a invenção de Brasil, o conceito de Estado moderno e seu projeto civilizatório, entendendo-o como eminentemente necropolítico e etnocida. Neste sentido, será de uma perspectiva analítica que parte das margens, que, neste Simpósio Especial, estamos convidando a falar acerca da construção de Nação e de uma independência que precisa ser questionada criticamente e transformada, rompendo com padrões hierarquizantes que reconhecem a humanidade apenas de alguns grupos e corpos, enquanto a outros, mesmo na contemporaneidade, é imposto o estigma da sub-humanidade.