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ISBN: 978-65-87289-23-6
MR30: Indigenismos no tempo recente, no tempo presente: experiências e expectativas

Coordenação: Ricardo Verdum (Laced/MN)

Participantes: Antonio Carlos de Souza Lima (MN/UFRJ), Fernando de Luiz Brito Vianna (Fundação Nacional do Índio), José Augusto Sampaio (UNEB)

Resumo:
O indigenismo enquanto ideologia e como prática política, jurídica e econômica de administrar as “populações indígenas” e seus territórios têm sido, e de longa data, objeto de análise e avaliação crítica da antropologia brasileira. No último século o indigenismo esteve orientado por distintas perspectivas: por políticas que propugnam a inclusão dos indígenas na vida nacional, mas nega a possibilidade de existir configurações socioculturais e unidades territoriais específicas no marco nacional; por políticas que se propõem a “corrigir” as ideias etnocêntricas da política anterior, introduzindo elementos de justiça social e relativismo cultural, mas sem abandonar a meta de “incluir os índios” na sociedade nacional; ou ainda pelo chamado indigenismo de “participação”, onde indivíduos e grupos étnicos se convertem em promotores da sua própria integração, e onde o “mercado” aparece como o principal meio para promover a “inclusão social” e superar a condição de “pobreza” – entre outras. A expressão "política indigenista" foi utilizada por muito tempo como sinônimo de toda e qualquer ação governamental direcionada às populações indígenas, ou relacionada com a ação do “órgão indigenista”. A partir de 1988, sua utilização se expandiu para outros agentes. A Mesa visa realizar um balanço do indigenismo brasileiro do tempo recente e do tempo presente. Fazer um balanço de processos e experiências, como também sobre expectativas. Lembrando que estaremos às vésperas das eleições.

Palavras chave: indigenismos; tempo recente/tempo presente; experiências/expectativas
Resumos submetidos
Indigenismo(s): ainda há fôlegos
Autoria: Antonio Carlos de Souza Lima
Autoria: No Anuário Antropológico de 1981 (1983) João Pacheco e eu publicamos uma resenha da coletânea Antropologia e indigenismo na América Latina intitulada "Os muitos fôlegos do indigenismo", chamando atenção para o uso da categoria no Brasil. Em trabalhos posteriores, procurei dialogar com as outras definições que existiam em jogo nos campos político e intelectual no Brasil, trilhar sua migração desde o campo mexicano e indicar a forma como entendia seus uso correto. Muitas outras definições surgiram e a categoria foi usada extensivamente a muitas práticas junto a povos indígenas no Brasil contemporâneo. Essa comunicação pretende olhar o cenário contemporâneo em nosso país e indagar sobre a pertinência da continuidade de seu uso como instrumento (supostamente) analítico".