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ISBN: 978-65-87289-23-6
MR46: Povos ciganos, contranarrativas ciganas, produção de conhecimento e perspectivas comparadas.

Coordenação: Edilma Nascimento (UFMA)

Participantes: Aluízio de Azevedo (Ministério da Saúde), Marcilânia Alcântara (SEM/SOUSA-PB), Juliana Miranda Soares Campos (UFMG)

Resumo:
Os estudos interessados em compreender os povos ciganos no contexto nacional têm aumentado na antropologia brasileira nos últimos anos, trazendo questões que atravessam e demarcam novos campos epistêmicos. É com o intuito de dar continuidade ao debate tecido na última Reunião Brasileira de Antropologia que trazemos algumas percepções empíricas de um novo momento dos estudos ciganos no país, marcado pela presença mais constante dos corpos e das vozes de pessoas ciganas nos espaços acadêmicos. A introdução de olhares e perspectivas de representantes destes povos tradicionais no debate acadêmico ecoa em contranarrativas sobre seus modos de vida e sobre conceitos como liderança, política, conhecimento, relações e produção de conhecimento. A proposta desta mesa é, assim, promover um encontro entre pensadores (as) ciganos (as) e antropólogos (as) estudiosos (as) de povos ciganos para um debate em torno dessas contranarrativas e da importância da quebra de um silenciamento histórico desses povos para o crescimento contínuo da ocupação de pessoas ciganas nos espaços de produção do conhecimento. A conversa também pretende abordar as experiências diversas de cada convidado (a) em suas respectivas vivências entre povos ciganos de diferentes lugares do Brasil, destacando questões tangenciais sobre a socialidade, na interface com temas relacionados ao conhecimento, gênero, geração, política e modos de existência.

Palavras chave: Povos ciganos. contranarrativas. produção de conhecimento.
Resumos submetidos
MR46: Potenciais contribuições das mulheres ciganas para os estudos contracoloniais de gênero
Autoria: Juliana Miranda Soares Campos
Autoria: Resumo: A proposta desta fala é trazer, a partir de minha experiência e interlocução com calins em Minas Gerais, questões de gênero concernentes a elas que sejam capazes de suscitar possíveis diálogos com os chamados feminismos plurais emergentes: feminismos negros, indígenas, islâmicos, decoloniais. Estes múltiplos debates feministas nas últimas décadas têm se dedicado a romper com a universalidade da categoria "mulher" e confluem na defesa de que os problemas que as mulheres enfrentam tampouco são universais, assim como suas reinvindicações. Nesse sentido, interessa-me colocar em relevo as concepções e narrativas próprias às minhas interlocutoras sobre relações de gênero, o lugar da mulher na socialidade cigana e na luta política por direitos específicos.