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ISBN: 978-65-87289-23-6
SE27. Morte durante a Pandemia de COVID-19: luto e tragédias

Coordenação: Martinho Braga Batista e Silva (UERJ), Mónica Franch Gutiérrez (UFPB)

Sessão 1 - Tragédias
Participante(s):Ednalva Maciel Neves (UFPB), Fábio Mallart (UERJ), Rachel Aisengart Menezes (IESC/UFRJ)

Sessão 2 - Luto
Participante(s): 
Andreia Vicente da Silva (Unioeste), Tânia Maria Lago Falcão (FCM / UPE), Weverson Bezerra Silva (UFPB)

Resumo:
Mortalidade, natalidade e migração das populações são fenômenos demográficos, a primeira variando principalmente em tempos de guerra e epidemia. A morte durante a pandemia de COVID-19 e em um momento no qual se noticia uma possível III Grande Guerra Mundial demanda uma abordagem antropológica, atenta não só às taxas como também ao conjunto de tragédias que atravessam essas primeiras décadas do século XXI no Brasil, como é o caso do incêndio na Boate Kiss em Santa Maria-RS, o assassinato de Marielle Franco e o cotidiano de órfãs/ãos e viúvas/os de pessoas que vieram a óbito por COVID-19. A proposta dessa sessão especial elaborada pelo Comitê de Antropologia e Saúde é apresentar e discutir perspectivas de antropólogas/os sobre o tema. Cercada por práticas funerárias descritas com maestria por Martin Ibáñez-Novión (2012[1970]), a morte é apontada como um rito, um mito e um tabu por José Rodrigues (2006), adjetivada de simbólica e cerebral, percorrendo estudos clássicos e contemporâneos da área de antropologia da saúde, como a morte social do internado em Erving Goffman. Ocultada e também visibilizada (Butler, 2020), a morte suscita um debate sobre as vidas passíveis ou não de luto quando do 11 de setembro de 2001 nos EUA. E em nossa conjuntura política nacional, marcada pelo fascismo tropical (Rosa, 2019), como a morte tem sido midiatizada? Como estamos morrendo nesse cenário composto de pandemia, luto e tragédias, protagonizado por milícias, cloroquinas e parlamentares?