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ISBN: 978-65-87289-23-6
GT24: Assentamentos rurais e o combate à fome: desafios e resistência.

Bernadete Aparecida C. Castro, Sueli Pereira Castro

As forças hegemônicas que dominam a política agrícola brasileira têm se caracterizado por relações de poder estabelecidas pelo agronegócio na esfera da produção de mercadorias, da financeirização da agricultura, do comércio de terras e dos recursos naturais. Os investimentos de grandes corporações transnacionais com apoio ativo do Estado, favorece o modelo agroexportador e afeta diretamente a produção de alimentos e a agricultura familiar, causando desabastecimento e elevação dos preços, comprometendo a renda familiar de grande parte da população assalariada. No contexto da pandemia causada pela covid-19 e com o desmonte das políticas agrárias, aumentaram os conflitos de terras e a violência no campo, atingindo o campesinato, populações indígenas e tradicionais, forçando-os a novos enfrentamentos e formas de resistência em seus territórios. As experiências de produção e doação de alimentos realizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, criou espaços coletivos e solidários de combate à fome principalmente em áreas de vulnerabilidade social urbanas. Esses assentamentos praticam a agricultura de base agroecológica e defendem uma política agrária para a soberania alimentar, se opondo ao modelo tecnológico baseado no produtivismo do agronegócio e da concentração fundiária.

Palavras chave: assentamentos rurais; pandemia; combate à fome.
Resumos submetidos
Diante da brutalidade do capitalismo: a pertinência da atuação de Mulheres do MST no contexto da COVID-19
Autoria: Priscila Fazio Rabelo
Autoria: Dado o contexto de brutalidade e complexidade na economia global (SASSEN, 2016) conectado ao novo formato de guerra neocolonial (FEDERICI, 2019) e diante das especificidades dos processos de territorialização na América Latina (SVAMPA, 2019; KOROL, 2016), busca-se com este artigo, a partir de uma abordagem interdisciplinar no campo das ciências sociais, esboçar um breve panorama dos mecanismos de expulsão e destruição que afetam sistematicamente os povos originários e as comunidades tradicionais no território latino-americano, sobretudo no Brasil. Destaca-se como contrapartida desse processo o crescente protagonismo de diferentes feminismos do Sul global nas lutas ecoterritoriais . A fim de evidenciar esse protagonismo elucida-se o caso das mulheres rurais do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) no Brasil, principalmente em relação à atuação no combate e enfrentamento da pandemia da COVID-19