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ISBN: 978-65-87289-23-6
GT56: Museu Afro-Digital, Cultura e Educação

Marilande Martins Abreu, Julie A Cavignac

O Grupo de Trabalho Museu Afro-Digital, Cultura e Educação pretende reunir pesquisadores inseridos nos museus Afro-Digitais, que contribuem para o fortalecimento da Lei 10.639/03, que define a obrigatoriedade do ensino de culturas afro-brasileiras e africanas nas Escolas. Assim, o presente grupo de trabalho envolve pesquisadoras e pesquisadores inseridos na criação e manutenção dos museus Afro-digitais, organizados originalmente a partir do projeto Arquivo e Museu Digital da Memória Negra e Africana no Brasil, apoiado em 2011 pela CAPES e outras instituições, com o objetivo de formar acervo sobre questões de resgate e conservação da memória negra e africana no Brasil. Entre essas instituições estão Universidade Federal do Maranhão/UFMA, Universidade Federal da Bahia/UFBA; Universidade Federal de Pernambuco/UFPE, Universidade Federal do R. Grande do Norte/UFRN, Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ, que criaram seus respectivos museus afro-digitais. Neles desenvolvem-se atividades de pesquisa etnográfica, histórica e antropológica, seu acervo artístico, cultural e etnográfico é uma importante ferramenta metodológica para abordar o estudo de culturas afro-brasileiras e africanas. O referido GT justifica-se, assim, pela necessidade de troca de experiências, debates e diálogos entre os museus afro-digitais e suas articulações com os temas educação e culturas. Busca-se, assim, manter o diálogo entre esses museus e, ainda com outras experiências de Museus Digitais.

Palavras chave: museu afro-digital, cultura, educação.
Resumos submetidos
O Acervo Memorável do Casal Ferretti e o Museu Afrodigital do Maranhão: caminhos e desafios para a memória.
Autoria:
Autoria: Durante quase 50 anos o casal de antropólogos Sérgio Ferretti e Mundicarmo Rocha Ferretti dedicaram suas vidas a realizar e orientar pesquisas sobre a cultura popular e as religiões de matriz africana no Maranhão. Escreveram livros e centenas de artigos; coletaram e organizaram documentos; realizaram registros fílmicos, sonoros e fotográficos de festas e entrevistas em mais de 10 das mais antigas casas de tambor de mina de São Luís, em tendas de pajelança em Cururupu e de terecô em Codó e viagens ao Benin, na África e a Cuba. A partir de 2012, com a criação do Museu Afrodigital do Maranhão (MAD), apoiado pelo CNPq, através do vínculo com o Grupo de Pesquisa Religião e Cultura Popular (GPMINA) da UFMA, e como um dos resultados do projeto interinstitucional Arquivo e Museu Digital da Memória Negra e Africana no Brasil, de 2011, apoiado pela CAPES; parte das fotografias de pesquisa do casal Ferretti foi digitalizada para as galerias de fotos do site do MAD, com registros do tambor de mina, terecô, pajelança, festa Divino Espírito Santo, bumba-boi, tambor de crioula. Em 2018, ano do falecimento do professor Sergio Ferretti, o site do MAD, hospedado no servidor da UFMA, foi retirado do ar por vírus, o que provocou perda de sua estrutura original, comprometendo as galerias de fotos e vídeos publicadas. No ano pandêmico de 2021, integrantes do GPMINA iniciaram os trabalhos de reestruturação do Museu Afrodigital do Maranhão. Neste artigo, escrito a partir da minha vinculação com o GPMINA, como membro da equipe do projeto de extensão Museu Afrodigital da UFMA e da entrevista realizada com a professora Mundicarmo Ferretti, destaco a importância para o Museu Afrodigital do Maranhão do Acervo Memorável constituído pelo casal de antropólogos, as preocupações, demandas e desejos de que ele não se perca e tenha um lugar público. Para que as pesquisas, o ensino e os participantes das religiões e da cultura popular afro-maranhense resgatem suas memórias e promovam retomadas.