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ISBN: 978-65-87289-23-6
MR23: E se a culpa não for só dos evangélicos?

Coordenação: Carly Machado (UFRRJ)

Participantes: Mariana Côrtes (UFU), Martijn Oosterbaan (Universidade Utrecht)

Resumo:
Nos últimos anos, comentadores políticos concluíram que evangélicos conservadores empurraram o Brasil para a extrema direita no espectro político. Apesar de indicações de que não se pode generalizar o campo evangélico, e de propensões a dar visibilidade a setores progressistas, análises sobre Evangélicos tenderam a enfatizar uma coesão eleitoral em 2018, o que vem causando consternação a certas elites brasileiras que se apresentam como anti-bolsonaristas, sejam políticas, econômicas e/ou acadêmicas. Essa mesa se propõe a problematizar essas análises a partir de algumas questões centrais: 1) A concentração de pesquisas sobre o campo evangélico nos últimos anos, e o efeito desta nas análises mais relacionais sobre articulações políticas conservadoras e autoritárias entre campos religiosos cristãos, e em movimentos político-religiosos não cristãos; 2) Uma tendência nessas pesquisas de inferir o “comportamento dos evangélicos” (seja esse moral ou eleitoral) a partir de discursos público-midiáticos de pastores e igrejas. Pretendemos retomar a centralidade de estudos sobre evangélicos baseados em pesquisas etnográficas que assumem como central o emaranhado complexo de suas experiências cotidianas de marginalização, e as profundas mensagens de luta, perseverança, esperança e vitória vivenciadas nestes contextos. O presente debate pretende deslocar o automatismo heurístico que funde pertencimento evangélico e adesão à direita, e busca discutir melhor a agência político-religiosa.

Palavras chave: Religião, política, evangélicos