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ISBN: 978-65-87289-23-6
GT37: Ensino e aprendizagem da antropologia na educação básica

Breno Alencar, Gekbede Dantas Targino, Marcelo Araujo

Embora seja notória a presença e o reconhecimento da Antropologia no debate público, bastando, para tal, que se note a atenção dedicada pela sociedade civil a temáticas caras ao campo antropológico, como identidade, racismo, gênero, cultura etc., bem como sua expansão como área de formação em nível de graduação e pós-graduação, chama atenção o pequeno número de pesquisas e os poucos espaços de reflexão e debate sobre o papel da Antropologia na educação básica. A presença de educadores com formação na área atuando desde o ensino fundamental foi observada, por exemplo, no Grupo de Discussão "Antropologia na sala de aula da Educação Básica: conteúdos, metodologias e recursos didáticos", realizado virtualmente dentro do IV Congresso Nacional da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais, em 2020. Com o intuito de ampliar a visibilidade destes profissionais, bem como de criar um fórum permanente de discussão sobre a atuação de antropólogos no contexto da educação básica, este grupo de trabalho tem como objetivo acolher propostas de comunicação preocupadas com a história do ensino de Antropologia na educação básica, a Antropologia no currículo e nos espaços escolares, a Antropologia nos livros didáticos, Antropologia e formação de professore(a)s para a educação básica, ensino de Antropologia na Educação Técnica e Profissional, aprendizagem da Antropologia por meio da etnografia e materiais, métodos e estratégias de transposição didática da Antropologia na educação básica.

Palavras chave: antropologia; educação-básica; ensino-aprendizagem
Resumos submetidos
Fórum maranhense de sociologia: uma experiência do ensino de Sociologia e Antropologia nas escolas públicas estaduais do ensino médio no Estado do Maranhão.
Autoria: Andréa Joana Sodré de Sousa Garcia, Ana Carolina Torrente Pereira
Autoria: O presente trabalho aborda a experiência do Fórum Maranhense de Sociologia, evento criado em 2018 e que vem sendo desenvolvido no Estado do Maranhão, e efetivado por professores de sociologia da rede pública de educação básica estadual. A proposta tem como objetivo proporcionar, aos estudantes da etapa da educação básica do ensino médio, um momento de discussão de temas da área de antropologia e sociologia para além da sala de aula, evidenciando-os como protagonistas juvenis, portanto, agentes do processo de ensino-aprendizagem. É proposto aos estudantes que interajam com temáticas antropológicas esociológicas, e que os mesmo busquem apropriação sobre o assunto a partir de pesquisa, estudos, criando assim um olhar crítico sobre suas vivências cotidianas. O Fórum possibilita aos estudantes o experienciar o conhecimento científico em sua realidade, proporcionando o sentido de pertencimento amplo ao território do saber. Além desse objetivo, há ainda a marcação da discussão acerca da disciplina, apontando sua importância na formação integral dos estudantes, as incertezas sobre sua permanência no currículo e os desafios que vem sendo enfrentado com a implementação do novo ensino médio.O desenvolvimento do Fórum é marcado por um planejamento estabelecido em consonância a valorização da Sociologia, aos recursos e possiblidades de trabalho dos professores com esta formação em específico. Esta estrutura é marcada pelo convite à professores Cientistas Sociais da Rede de Educação Básica do Estado do Maranhão, que selecionam na escola em que trabalham de 8 a 12 de seus estudantes, dependendo do número de temáticas propostas para a edição do evento. O número de temáticas é estabelecido pela possibilidade de recurso concedido pela Secretaria de Educação do Estado - Seduc, que a partir do projeto dispõe de apoio estrutural e financeiro para a efetivação do evento. O evento é sediado pelas escolas das quais um dos professores compõe o Fórum, e a escolha da sede ocorre mediante possibilidade física do local em acomodar os estudantes e as atividades do evento. O Fórum tem se apresentado como uma experiência valorosa no processo de fortalecimento da disciplina junto aos estudantes e nas escolas, demonstrando uma importância significativa na formação integral dos estudantes participantes, por proporcionar aos mesmos orientação nos aspectos científicos das ciências sociais, a integração e protagonismo dos jovens diante a pesquisa e suas vivências cotidianas, engajamento em posicionamento questionador diante as perspectivas das sociedade em que estão inseridos.
Antropologia e Educação: uma reflexão sobre o lugar da Antropologia no ensino médio.
Autoria: Michael
Autoria: Neste trabalho pretendo refletir sobre o campo educacional, especificamente, as aulas de sociologia no ensino médio em escolas públicas da rede estadual de ensino. A intenção é pensar a antropologia enquanto um campo do conhecimento das ciências sociais, a contribuição de seus conceitos e categorias na formação dos sujeitos. Tendo em vista que as ciências sociais são estruturadas em três grandes áreas: sociologia, antropologia e ciência política e que no ensino médio se convencionou chamar de sociologia, generalizando o campo das ciências sociais, meu argumento é que os conteúdos da antropologia são "minimizados" ou discutidos de forma "estereotipada". A análise ocorrerá a partir de minha experiência como docente da disciplina de Antropologia da Educação em cursos superiores de Licenciatura e Bacharelado da Universidade Federal do Piauí - UFPI (2017-2019), de Sociologia no ensino médio no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso - IFMT (2021-2022) e no trabalho de campo, no depoimento dos professores que ministram aulas de Sociologia e na sua prática pedagógica, com a intenção de compreender como esses conceitos podem instruir os estudantes, dando-lhes ferramentas para reflexões que permitam desnaturalizar pré-conceitos e discriminações que são nocivos a vida em sociedade.
Fórum maranhense de sociologia: uma experiência do ensino de Sociologia e Antropologia nas escolas públicas estaduais do ensino médio no Estado do Maranhão.
Autoria: Andréa Joana Sodré de Sousa Garcia, Ana Carolina Torrente Pereira
Autoria: O presente trabalho aborda a experiência do Fórum Maranhense de Sociologia, evento criado em 2018 e que vem sendo desenvolvido no Estado do Maranhão, e efetivado por professores de sociologia da rede pública de educação básica estadual. A proposta tem como objetivo proporcionar, aos estudantes da etapa da educação básica do ensino médio, um momento de discussão de temas da área de antropologia e sociologia para além da sala de aula, evidenciando-os como protagonistas juvenis, portanto, agentes do processo de ensino-aprendizagem. É proposto aos estudantes que interajam com temáticas antropológicas esociológicas, e que os mesmo busquem apropriação sobre o assunto a partir de pesquisa, estudos, criando assim um olhar crítico sobre suas vivências cotidianas. O Fórum possibilita aos estudantes o experienciar o conhecimento científico em sua realidade, proporcionando o sentido de pertencimento amplo ao território do saber. Além desse objetivo, há ainda a marcação da discussão acerca da disciplina, apontando sua importância na formação integral dos estudantes, as incertezas sobre sua permanência no currículo e os desafios que vem sendo enfrentado com a implementação do novo ensino médio.O desenvolvimento do Fórum é marcado por um planejamento estabelecido em consonância a valorização da Sociologia, aos recursos e possiblidades de trabalho dos professores com esta formação em específico. Esta estrutura é marcada pelo convite à professores Cientistas Sociais da Rede de Educação Básica do Estado do Maranhão, que selecionam na escola em que trabalham de 8 a 12 de seus estudantes, dependendo do número de temáticas propostas para a edição do evento. O número de temáticas é estabelecido pela possibilidade de recurso concedido pela Secretaria de Educação do Estado - Seduc, que a partir do projeto dispõe de apoio estrutural e financeiro para a efetivação do evento. O evento é sediado pelas escolas das quais um dos professores compõe o Fórum, e a escolha da sede ocorre mediante possibilidade física do local em acomodar os estudantes e as atividades do evento. O Fórum tem se apresentado como uma experiência valorosa no processo de fortalecimento da disciplina junto aos estudantes e nas escolas, demonstrando uma importância significativa na formação integral dos estudantes participantes, por proporcionar aos mesmos orientação nos aspectos científicos das ciências sociais, a integração e protagonismo dos jovens diante a pesquisa e suas vivências cotidianas, engajamento em posicionamento questionador diante as perspectivas das sociedade em que estão inseridos.
Antropologia e Educação: uma reflexão sobre o lugar da Antropologia no ensino médio.
Autoria: Michael
Autoria: Neste trabalho pretendo refletir sobre o campo educacional, especificamente, as aulas de sociologia no ensino médio em escolas públicas da rede estadual de ensino. A intenção é pensar a antropologia enquanto um campo do conhecimento das ciências sociais, a contribuição de seus conceitos e categorias na formação dos sujeitos. Tendo em vista que as ciências sociais são estruturadas em três grandes áreas: sociologia, antropologia e ciência política e que no ensino médio se convencionou chamar de sociologia, generalizando o campo das ciências sociais, meu argumento é que os conteúdos da antropologia são "minimizados" ou discutidos de forma "estereotipada". A análise ocorrerá a partir de minha experiência como docente da disciplina de Antropologia da Educação em cursos superiores de Licenciatura e Bacharelado da Universidade Federal do Piauí - UFPI (2017-2019), de Sociologia no ensino médio no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso - IFMT (2021-2022) e no trabalho de campo, no depoimento dos professores que ministram aulas de Sociologia e na sua prática pedagógica, com a intenção de compreender como esses conceitos podem instruir os estudantes, dando-lhes ferramentas para reflexões que permitam desnaturalizar pré-conceitos e discriminações que são nocivos a vida em sociedade.
Discutindo o conceito antropológico de cultura na sala de aula no ensino médio: um relato de experiência
Autoria: Eliana Barretto de Menezes Lopes
Autoria: Introdução: Os conteúdos de Sociologia na educação tecnológica e profissional, ainda que abarquem enfoques e temas da Ciência Política e Antropologia, preponderam. Os livros didáticos reproduzem esse quadro, e contribuem para a sua estruturação, dados os seus vieses sociológicos. O conceito de cultura, categoria central no campo Antropológico, e com grande relevância também nas outras áreas das Ciências Sociais, é exemplar nesse sentido, dado que, com algumas exceções, é comumente abordado nos livros didáticos em termos sociológicos. Mesmo quando há uma definição antropológica, as discussões e exemplos utilizados sociologicamente se justificam. Nesse sentido, para a abordagem do conceito de cultura em termos antropológicos, no ensino médio integrado, é necessário um deslocamento do docente, ancorando-se em matrizes teóricas desse campo. Objetivos: O objetivo deste artigo é compartilhar um relato de experiência, com estudantes da educação técnica profissionalizando em nível médio em um instituto federal, na abordagem do conceito de cultura, em seu sentido antropológico, articulando-o com o modo de vida e lutas indígenas na contemporaneidade. Metodologia: Durante um semestre, com duas aulas de Sociologia por semana, em duas turmas do segundo ano em um curso técnico integrado de Eletrônica, discutiu-se o livro "Cultura: um conceito antropológico", relacionando-o com outros referenciais e suportes, como aporte teórico-metodológico para a construção de discussões contemporâneas relacionadas aos povos indígenas. Suas produções artísticas recentes em espaços de exposição como a Pinacoteca, disputas em torno da demarcação de terras, e os seus processos educacionais escolares, foram os eixos dos debates. Discussão e resultados: Mudanças anteriores na legislação inseriram as temáticas indígena e afro-brasileira como obrigatórias no currículo escolar, porém, nem sempre em diálogo com os conhecimentos antropológicos, em suas referências teóricas e em seu instrumental. Em sala de aula, foram constados conhecimentos anteriores qualitativamente diferenciados sobre essas temáticas, por parte dos estudantes, com alguns deles expressando lacunas nesse campo. Conclusões: Além das questões objetivas relacionadas a currículos e diretrizes, com os desafios se expandindo e se aprofundando na atualidade - com a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em fase de implementação, por exemplo -, é essencial, para a discussão antropológica se efetivar na sala de aula da educação profissional, a implicação teórico-metodológica dos docentes nesse processo, a busca de materiais para a sua utilização no cotidiano, e a troca de experiências. Palavras-chave: Cultura; Povos indígenas; Antropologia; Sociologia; educação profissional
Discutindo o conceito antropológico de cultura na sala de aula no ensino médio: um relato de experiência
Autoria: Eliana Barretto de Menezes Lopes
Autoria: Introdução: Os conteúdos de Sociologia na educação tecnológica e profissional, ainda que abarquem enfoques e temas da Ciência Política e Antropologia, preponderam. Os livros didáticos reproduzem esse quadro, e contribuem para a sua estruturação, dados os seus vieses sociológicos. O conceito de cultura, categoria central no campo Antropológico, e com grande relevância também nas outras áreas das Ciências Sociais, é exemplar nesse sentido, dado que, com algumas exceções, é comumente abordado nos livros didáticos em termos sociológicos. Mesmo quando há uma definição antropológica, as discussões e exemplos utilizados sociologicamente se justificam. Nesse sentido, para a abordagem do conceito de cultura em termos antropológicos, no ensino médio integrado, é necessário um deslocamento do docente, ancorando-se em matrizes teóricas desse campo. Objetivos: O objetivo deste artigo é compartilhar um relato de experiência, com estudantes da educação técnica profissionalizando em nível médio em um instituto federal, na abordagem do conceito de cultura, em seu sentido antropológico, articulando-o com o modo de vida e lutas indígenas na contemporaneidade. Metodologia: Durante um semestre, com duas aulas de Sociologia por semana, em duas turmas do segundo ano em um curso técnico integrado de Eletrônica, discutiu-se o livro "Cultura: um conceito antropológico", relacionando-o com outros referenciais e suportes, como aporte teórico-metodológico para a construção de discussões contemporâneas relacionadas aos povos indígenas. Suas produções artísticas recentes em espaços de exposição como a Pinacoteca, disputas em torno da demarcação de terras, e os seus processos educacionais escolares, foram os eixos dos debates. Discussão e resultados: Mudanças anteriores na legislação inseriram as temáticas indígena e afro-brasileira como obrigatórias no currículo escolar, porém, nem sempre em diálogo com os conhecimentos antropológicos, em suas referências teóricas e em seu instrumental. Em sala de aula, foram constados conhecimentos anteriores qualitativamente diferenciados sobre essas temáticas, por parte dos estudantes, com alguns deles expressando lacunas nesse campo. Conclusões: Além das questões objetivas relacionadas a currículos e diretrizes, com os desafios se expandindo e se aprofundando na atualidade - com a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em fase de implementação, por exemplo -, é essencial, para a discussão antropológica se efetivar na sala de aula da educação profissional, a implicação teórico-metodológica dos docentes nesse processo, a busca de materiais para a sua utilização no cotidiano, e a troca de experiências. Palavras-chave: Cultura; Povos indígenas; Antropologia; Sociologia; educação profissional