Na oficina, propomos interferências capazes de avivar materiais e forças presentes no cotidiano das casas para refletir e experimentar estratégias que qualifiquem criativamente os registros nos percursos etnográficos. Linhas, objetos, panos e tramas são mobilizados experimentalmente na composição de narrativas por meio da técnica de bordado livre. Explora-se as possibilidades criativas da grafia com agulhas e linhas na perspectiva do registro, das poéticas e das imagens, evocando epistemologias femininas várias. No processo de escrita etnográfica somos interpeladas por múltiplos traçados narrativos, entendendo a rota da materialidade das formas sensíveis, anunciada pela aproximação com as artes, como um caminho promissor para qualificar criativamente os registros. Nos 3 encontros previstos, convidamos a 3 movimentos: a) Roda de Fiar– compartilhando experiências e memórias dos registros em percursos etnográficos; b) Ponto a Ponto– experimentando a produção gráfica com linha e agulha, em sua dimensão imersiva, reunindo materiais variados em composições que incorporam gradativamente objetos na urdidura de mapas mentais e afetivos, propondo uma reflexão criativa acerca dos diários de campo, esboços e notas etnográficas de cada participante; c) Arremate– compartilhando e refletindo sobre a produção da oficina (colagens, composições, bordados) que, para além de obra acabada, valorizam o ato de cerzir e a poética do processo como via criativa nos registros em percursos etnográficos.